VERGONHOSO
Até o amor tem limites, diante da desorganização e falta de estrutura da Paulista Futebol Ltda, empresa gerida pelo Campus Pelé para a administração do departamento de futebol do Galo. Sem receber seus salários desde novembro do ano passado e a taxa por jogos, desde 2008, os médicos Mauro Brescancini, Ahmad Ayob, Lauro Camargo e José Luís Milani decidiram deixar de prestar serviços ao clube.
“Encaminhamos o levantamento de atraso de pagamentos, através do Alexandre (João Alexandre Ribeiro – vice administrativo da Paulista Futebol Ltda.), mas o pessoal de São Paulo (Campus Pelé) não respondeu. Cansamos”, desabafou Mauro Brescancini, que seguirá como diretor médico do Paulista Futebol Clube.
A debandada dos médicos poderia causar problemas aos times Sub-15 e Sub-17 do Paulista, envolvidos na disputa do Estadual das categorias, mas Brescancini adiantou que os profissionais continuarão comparecendo aos jogos. “Para não prejudicar o Paulista, faremos os jogos para não penalizar o time com WO,” explicou, sem esconder a decepção. “Foi o segundo dia mais triste da minha vida. O primeiro, foi quando perdi meu avô”, completou Mauro, que é torcedor fanático do Paulista.
Os quatro médicos que prestavam serviço ao Paulista não recebiam salário desde novembro de 2009. A taxa por jogo trabalhado não vinha sendo paga desde a Série C do Campeonato Brasileiro de 2008.
A Federação Paulista de Futebol exige exames cardiológicos dos atletas e assinatura de um médico responsável por equipe para inscrever os jogadores. Mesmo sem receber, os médicos assinaram o documento, para não prejudicar o Paulistão.
Nos jogos, é obrigatória a presença de um médico do clube no banco de reservas, sob pena de ser declarado perdedor por WO. Apesar da falta de pagamentos, os profissionais nunca deixaram de comparecer aos compromissos. Nos dias das partidas, eles chegaram a tirar dos próprios bolsos o dinheiro para custear viagens para fora de Jundiaí.
Nas categorias de base, se não fosse a Sobam, os jovens atletas não realizariam exames cardiológicos exigidos pela FPF. O Campus Pelé teria avisado que não teria condições de arcar com o custo dos exames.
O Grupo Sobam viabilizou, sem custo ao clube, a realização dos exames cardiológicos e laboratoriais de todos os atletas das categorias de base do Paulista. Este serviço não estava em contrato na parceria entre as duas instituições, mas o Grupo Sobam fez questão de viabilizá-lo aos jovens atletas do Galo.
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