Meia Lucas sofre seu 'trote' na Seleção Brasileira
Cuidado do técnico Mano Menezes e cobrança dos colegas no treino marcam chegada do calouro do São Paulo
Agência Lancepress
O treino ainda nem havia começado e Mano Menezes teve conversa particular com Lucas.
A bola rolava e Julio Cesar, "emprestado" ao time reserva, gritava: "Ajuda, Lucas! Ajuda!".
E no primeiro dia de atividades na Argentina, Lucas já recebia uma bronca em alto e exagerado tom do zagueiro reserva Luisão.
O nome de Lucas não está só na boca dos torcedores, que o pediram nos últimos amistosos. Também é o mais falado dentro de campo. Jogador mais novo a defender a Seleção Brasileira principal numa competição oficial desde 2001, o meia (de 18 anos) passa por seu "trote".
Calouro na universidade da CBF, o jogador chegou com uma das notas mais altas no vestibular. Ney Franco, técnico da sub-20, o recomendou firmemente para Mano Menezes após o Sul-Americano.
Lucas não teve a cara pintada nem o cabelo raspado, mas logo no primeiro dia de aula em Campana, onde a delegação está concentrada, foi repreendido pelo zagueiro Luisão, após forte dividida com Elias.
Houve até um leve empurrão, que levou a assessoria de imprensa da CBF a minimizar o fato com a equipe de transmissão que flagrou a cena. As cobranças não tiram a feição tranquila do menino, encantado com o novo mundo e ciente de que ainda tem aspectos a melhorar.
"Tenho minha característica de arrancar, sei que exagero algumas vezes. Preciso acalmar, mas sou jovem e tenho muito a aprender."
No domingo, o adolescente, reserva de Mano, poderá ter sua primeira prova real para buscar sua nota 10.
BATE-BOLA COM LUCAS:
Você acha possível jogar com os santistas ou a Seleção ficaria muito ofensiva? Como deve ser o seu comportamento com o resto do grupo?
É uma questão para o Mano responder. Todos têm qualidade para serem titulares, depende de um entrosamento no treino. Acho que o comportamento é o mesmo, buscar o título, principal objetivo, e se tiver oportunidade, procurar agarrar.
Você recebeu conselhos de alguém antes de viajar para a Copa América com a Seleção Brasileira?
Converso sempre com jogadores mais experientes, como Rogério Ceni e Rivaldo, que me dá muitos conselhos, tem uma história bonita na Seleção, é uma pessoa maravilhosa, que só tem a acrescentar. Ele falou para eu fazer o que sei, jogar meu futebol e me enturmar com o grupo. Estar aqui é maravilhoso, mas a responsabilidade é grande.
Você se lembra aonde estava na última Copa América, em 2007?
Era meu segundo ano de São Paulo, disputava o Paulista Sub-15, jogando pra lá e pra cá, um desconhecido. Agora estou aqui. Foi tudo muito rápido, quero aproveitar e fazer história com essa camisa.
Está ansioso para começar logo a competição e entrar em campo?
A ansiedade é grande, dá até frio na barriga, é minha primeira competição com a Seleção. Mas tenho de estar tranquilo e bem psicologicamente para fazer meu melhor.
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